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Enrolado Alberto Franco |
Delegados informaram que ele e mais dois funcionários falsificaram documentos para compra e venda de terras
POR JULLY CAMILO
Na manhã de ontem (16), a comissão de delegados da Polícia Civil que
investiga os crimes de grilagem de terras na região metropolitana de
São Luís confirmou o indiciamento do secretário extraordinário de
Assuntos Estratégicos do governo do Estado, Alberto Franco, e de mais
duas pessoas que trabalhavam no cartório do 1º Ofício Extrajudicial de
São José de Ribamar, por suspeita de participação nas fraudes que
favoreciam os grileiros. O deputado estadual Raimundo Cutrim (PSD)
prestou depoimento, à comissão, na tarde de quarta-feira (15), tendo os
delegados estipulado um prazo de cinco dias para que o parlamentar
apresente a documentação referente às terras do povoado Pindoba/Vila
Mocajituba, em Paço do Lumiar. A comissão solicitou à Justiça, na tarde
de ontem, mais 30 dias para a conclusão do inquérito.
Segundo o
delegado Carlos Alberto Damasceno, que preside a comissão, o ‘boom’
imobiliário trouxe consigo uma avalanche de fraudes e, por isso, o
motivo das investigações contra as grilagens de terras. Ele explicou que
um terreno de aproximadamente 452 hectares, no povoado Pindoba, em Paço
do Lumiar, teve seus documentos, como escritura e registros públicos,
falsificados para que pudesse ser grilado e distribuídos em lotes para a
venda. “Em 1973, um grande grileiro, chamado de Alonso Costa,
utilizou-se de Antônio Claudino da Silva como ‘laranja’, ambos já
falecidos, e o tornou proprietário desses hectares, que os dividiu em
cinco loteamentos chamados de Lago do Cisne, Barão de Mauá I e II,
Parque Monte Cristo e Granja Nova Esperança. Além de Elias Mansour
Maluf, que também teria grilado 123 hectares dos 452.
Carlos
Alberto Damasceno relatou que, na ocasião, a averbação informando que
os documentos teriam sido anulados por decisão judicial não foi
registrada em cartório e a matrícula 3.060, referente às terras,
continuou ativa. O delegado contou que, por conta disso, as fraudes
continuaram e, no dia 4 de julho de 2000, uma procuração dando plenos
poderes de negociação ao corretor de imóveis Sebastião Cardoso Filho,
que também é procurador da Família Melo, foi registrada no cartório de
São José de Ribamar, pelo outorgante Antônio Claudino da Silva. “Porém, o
outorgante havia falecido em 1997, e não teria como ter assinado tal
procuração três anos depois de sua morte. Em 31 de outubro de 2001, uma
nova procuração foi realizada nas mesmas condições; no entanto, apesar
de também ser uma fraude, não foi registrada em cartório como a anterior
e, portanto, foi invalidada. Fizemos uma busca no livro de procurações
do cartório e encontramos a que foi registrada em 2000; no lugar da
procuração de 2001 encontramos um documento de terceiros que tratava de
assuntos diversos e nada tinha a ver com a procuração que estava sendo
utilizada pelos grileiros”, disse.
Jornal Pequeno
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